A Verdade é uma caverna nas montanhas negras – Neil Gaiman


O livro já começa intrigante. Narrado em primeira, conta a história de uma família, onde o pai indaga se é capaz de se perdoar por detestar sua filha, achando que ela tinha fugido para a cidade a quase dez anos atrás. Os rastros da busca estão frios, mas ele continuava a sua caminhada em busca de sua filha. Sua primeira para da foi na casa de Calum MacInnes, pois precisava de um guia para ser levado a caverna na Ilha das Brumas. 


As montanhas entre o resto do mundo e a costa são colinas graduais, visíveis a distância como vultos graciosos, roxos enevoados, como nuvens. Convidativas. Pouco íngremes, fácil de se escalar, mas se leva mais de um dia inteiro de jornada. Eles subiram a montanha, no primeiro dia, sentiram frio, apesar de ser verão, eles viram a neve mais acima da montanha.

Durante a viajam, em uma espécie de trilha que cruzada as colunas altas, no segundo dia eles encontraram um funileiro viajante e seu burro, e uma menina que sorriu para o homem, achando que ele era uma criança por conta do seu tamanho. Depois encontraram uma velha com seu neto descendo a montanha. Comeram com a senhora, e ela leu a mão deles, por umas moedas, e lhe disse que a morte o aguardava.

No terceiro dia, chegaram ao cume das montanhas e começaram a caminhar colina abaixo. Naquela noite choveu, e eles passaram a noite em uma pequena casa de pedra. Na casa encontrou uma mulher se escondendo debaixo da cama. Na manhã seguinte, saíram cedo e sem se despedir, uma vez que na noite passada, eles ouviram o marido surrar a bela moça por ter lhes dado abrigo e comida.

“as vezes acho que a verdade é um lugar. Para mim, é como uma cidade: pode haver uma centena de estradas, uma centena de caminhos que, no fim, nos levarão ao mesmo lugar. Não importa de onde venhamos. Se seguirmos na direção da verdade, vamos alcançá-la, independente do rumo que tomarmos.”

Em uma trilha aberta, Calum lhe informou que descer é mais difícil que subir, e a verdade é uma caverna nas montanhas negras, e só existe um caminho até lá, e este caminho é árduo e traiçoeiro, e se seguir na direção errada, morrerá sozinho na montanha.

Ao chegar no cume, avistaram um vilarejo perto das águas lá embaixo. E os altos das montanhas diante deles do outro lado do mar, em meio a neblinas. E naquelas montanhas, estava a caverna que ele tanto procurava.

E em um barco pequeno, que mal dava para três pessoas, eles seguirem com um homem que lhes cobrou para atravessá-los. O homem, por sua vez, recomendou o anão a não buscar a caverna por conta de uma maldição. Ele não se importou, e ao chegar do outro lado, junto a Calum descansou sob a rocha conhecida como Homem e Cachorro. No meio da noite, o anão acordou sentindo um aço frio contra sua garganta, era Calum querendo mata-lo porque não cofiava nele.

Na manhã seguinte, depois de uma noite não dormida, o anão preparou um café da manhã e seguiram viagem montanha a cima. Em certo ponto, uma cachoeira cortava o caminho deles, com uma corda, Calum entrou na queda d’agua, atravessando a cachoeira, mas seu pé deslizou, e caiu no abismo ficando pendurado. O anão felizmente era forte e o puxou.

Ao seguir caminho, encontraram um pequeno lago, naquela note, o anão sonhou com sua filha Flora. Caminharam mais e por fim chegaram à caverna. Calum recomendou dormirem fora da caverna, e só entrar ao amanhecer. Então Calum lhe contou a história da mulher e o pinheiro. E na manhã seguinte, o anão entrou na caverna.

Eu poderia continuar contando a história, mas de fato perderia a graça. Logo, recomendo a leitura. Em geral, achei este conto muito bom, e de certa forma surpreendente no final. A ilustração de Eddie Campbell torna a história melhor do que já é. Me lembrou bastante os contos dos irmãos Grimm. Neil vai uma vez mostrando o porquê é considerado um dos dez maiores escritores pós modernos vivos.

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